sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tentativas frustradas no Cotopaxi

Partir do Brasil rumo ao Equador significava realizar o sonho de escalar o Cotopaxi, vulcão de cerca de 5.900 metros tido como um dos mais belos do mundo juntamente do Parinacota, além de também ser perfeitamente cônico. No segundo dia em Quito parti pra lá com muitos sonhos...

Quando voltei do Rucu Pichincha estava um bocado cansado...Tirei o resto do dia 2 pra descanso e alimentação, além de organizar as mochilas e equipamentos dentro do armário no albergue. Dei umas caminhadas pela cidade pra mapear comida e internet, e na volta tirei o resto do dia pra dormir e colocar o sono em dia pra me acertar com o fuso horário. No dia seguinte acordei com o pensamento de que estava perdendo tempo, que precisava me adiantar com a programação, ainda pensava que iria encontrar com o Pedro então teria que escalar o Cotopaxi rápido, pois teoricamente, teria só mais cinco dias em Quito!

Escrevi pro Boris, amigo do summitpost e guia mais conhecido do Equador fora do país. Ele me disse que não poderíamos nos encontrar, pois estaria guiando no Cotopaxi um americano. Então pensei, por que não partir logo pro Cotopaxi e encontrar o Boris na montanha logo?

Depois do café já tarde, meti a cara nas ruas em busca de transporte. Passei por algumas agências e acabei parando em uma na própria rua em que estava, onde conheci o dono e sua assistente. Queria ir logo então isso significaria pagar por transporte privado só pra mim. Depois de escutar um valor inicial de 150 dólares consegui reduzir isso pra 80 e dez fotos pra agência como cortesia. Bem, nada mal...Acordei tudo, paguei e voltei pro albergue pra preparar as mochilas.

A intenção era acampar e não usar o refúgio então até a barraca levei. Como sempre, duas mochilas. Voltei pra agência e entrei no carro com o dono da agência, Ed, e seguimos pra estrada. Muito gente boa e comunicativo ele, seguimos conversando todo o trajeto quase ininterruptamente. Quando chegamos na altura de Machachi, ainda na panamericana, ele disse que pararia pra tomarmos um café da manhã por conta dele, pra me dar forças. Hehehehe...Resumindo, o cara gastou uns 12 dólares me pagando um baita “brunch” com um hamburguer animal, batatas fritas, suco natural e até sobremesa...Disse que queria me ver forte e pronto pra boas fotos ahahahah. O nome do lugar era “La Vaca”. Fácil de encontrar, na estrada é possível ver o local que era usado para ordenhar vacas, uma antiga fazenda de produção de leite que virou restaurante, então pintaram toda a frente como uma vaca malhada. Local careiro mas de atendimento e comida ótimos!

Era quase meio dia então seguimos pro parque. Como o carro dele não era um 4x4, na entrada do parque ele me deixou e me deu 25 dólares pra eu pagar o transporte em um 4x4 até lá em cima, já me apresentando um motorista que por sinal também era gente boníssima. Lá fui eu...

Conversa vai e conversa vem, nada de ver o vulcão. Tempo fechado, chuva na beira da estrada a 3.000 metros. Isso significava neve acima. Ah já estava lá, não custava tentar...Toca pra frente!

Depois de uns 45 minutos chegamos ao estacionamento pra turismo e escalada do vulcão, a 4.540 metros de altitude. Saí do carro sob nevasca. Me preparei sob nevasca e comecei a subir sem ver o refúgio sob nevasca, me orientando por GPS. Tinha peso então fui lentamente e sem pressa, já que não gastei tempo pra me aclimatar o oxigênio me faltava muito. Ah tô cagando, pra cima Parofes!

Levei uma hora e quinze minutos até colocando a língua pra fora feito cachorro sarnento esfomeado. Cheguei lá dentro e a primeira pessoa que vi foi o Boris. Abraço caloroso de amigos, de cara disse a ele que iria pesquisar o terreno lá fora pra acampar e fazer boas fotos, ele me disse que não era muito bom praquele dia mas mesmo assim fui averiguar. Ele tinha razão, o espaço bom pra camping tinha uma neve molhada meio ensopada, típica de derretimento diurno, e a neve era muito, muito fofa. Fazer acampamento ali não seria muito bom...Pesquisei outras opções mas nada feito, teria que dormir no refúgio mesmo e pagar o preço salgado de 22.40 dólares pela noite.

Larguei as tralhas no locker dentro do dormitório, vesti o anoraque e saí pra ficar um pouco na nevasca avaliando minhas opções (esperar o tempo melhorar ou desistir), pois a coisa estava feia. Nevava sem parar me disseram já fazia umas 8 horas, e nos dias anteriores nevou religiosamente todo dia por horas a fio. Nada, nada bom. Muito risco de avalanche. Ah mermão, estava lá, decidi esperar pra ver no que dava. Voltei pra dentro, cozinhei meu almoço levado do Brasil, comi e fiquei sentado no refeitório esperando esperançosamente por uma melhora que nunca veio.


Avaliando as condições do tempo antes de ir dormir, 16:00h

Não pude conversar muito com o Boris pois ele precisava dar atenção ao seu cliente Brad, um norte-americano de fala arrastada e meio sei lá, dove suave. Mas gente boa e educado, por outro lado, a personificação de toda inexperiência em montanha em pessoa, e isso significaria trabalho extra pro coitado do Boris que já guia há 14 anos e está a ponto de mudar a vida cansado de tantas escaladas repetitivas e de arriscar a vida.

Mais tarde fiz minha janta e fui dormir lá pelas 18:00h. Acordei meia noite já de mochila pronta e ouvindo muito barulho de outras pessoas que também tentariam o cume naquela madrugada. Boris conseguiu descolar um café pra mim, comi modestamente e me preparei, fui lá pra fora sozinho e algumas lanternas lutavam em meio à nevasca pra serem vistas entre-parceiros. Olhei pra trás, Boris e seu cliente já saíam, voltei meu olhar adiante e comecei a ascensão.

A passos bem lentos fui ganhando altitude sem poder ver muito, seguindo os passos dos grupos anteriores na neve fresca, que continuava caindo sem parar. Olhei pro meu relógio pendurado na mochila e a temperatura era de 6°C. Porra! Muito quente! Me preocupei com o risco de avalanche mais ainda. Mesmo assim, continuei e fui tateando os arredores de vez em quando com o piolet pra ver como estava a situação.

Boris e Brad vinham logo atrás, mas depois de meia hora os perdi de vista ganhando mais altitude sozinho. Logo passei pelo começo do glaciar à direita e continuei seguindo os passos na neve até que começaram a desaparecer com mais neve que caia sobre eles. Uma breve abertura na nevasca com um fraco sopro do vento me permitiu ver a entrada do glaciar, não via ninguém à minha frente, quem passou, passou. Brad e Boris vinham só uns 50 ou 60 metros atrás de mim. Tateei a neve e ela descia com facilidade, e meu pé afundava até metade da canela. Chequei a temperatura, 5°C, continuava muito quente. A nevasca seguia impiedosa e muito forte, visibilidade de 5 metros. Resolvi voltar, estava perigoso demais prosseguir.

Muito risco de avalanche. Não vale a pena me arriscar por pura pressa em alta montanha e as condições só me faziam pensar em uma coisa: avalanche, avalanche, avalanche...Comecei a voltar na linha dos 5.240 metros, bem próximo a só alguns metros da entrada do glaciar, onde dezenas de gretas me esperavam cobertas de neve fresca. Depois de dez passos escutei o Boris gritando “Paulo, vamos voltar, o Brad tá muito cansado e tá perigoso demais, acho que vai ter avalanche hoje aqui!”.

Respondi que pensava o mesmo e que já estava descendo. Já estávamos derrotados a 20% da escalada. Em uma rápida olhada pra trás notei mais gente descendo, um grupo guiado de cinco pessoas. Seria o começo de um retorno em massa pelas condições adversas. Aproveitamos a péssima situação pra fazer fotos da merda e um vídeo. Note na foto a quantidade de neve caindo. A este ponto, já nevava há vinte e duas horas sem parar. Chegando no refúgio tivemos que sacudir as roupas e equipamentos pra limpar a neve acumulada, e o calor continuava dentro e fora do refúgio que, pela altitude elevada (4.859 metros) deveria fazer pelo menos entre 0°C e 2°C naquela noite, mas fazia mais calor que isso.


Video do retorno

Dentro do refúgio nos lamentamos é claro, mas ainda rimos com o vídeo e com as fotos. Grupos e mais grupos voltavam a cada cinco minutos. Voltei pro meu saco de dormir e apaguei. Acordei cerca de 7 da manhã já com a luz do dia entrando na janela ao lado de meu beliche. Olhei pro resto das camas, todas ocupadas, pensei “nossa, todo mundo desistiu, então devo ter tomado a decisão certa”. Olhei pela janela e vi uma raposa andina passeando perto do despejo de resto de comida dos andinistas!

Saí imediatamente, não nevava mais, porém o tempo continuava terrível e não via nada da montanha cem metros verticais acima. Consegui fazer um baita ensaio fotográfico da raposa que mais parecia um lobo de tão grande. Nada tímida, cheguei a só três ou quatro metros dela e a observei se alimentando, até que ela pegou a trilha dos montanhistas e desapareceu naquele universo branco.

Voltei ao refúgio maravilhado com minhas fotos, arrumei minhas coisas pensando “ah enfim não foi tão ruim vir aqui, pelo menos fotografei uma raposa andina!”. Depois voltei pro lado de fora, um vento abriu um pouco a visão da montanha e pude ver uma dupla descendo já na linha de neve, cerca de 300 metros acima. Fiquei lá fora esperando pra saber das novidades e, como esperava, não boas. Era a única dupla que seguiu tentando, um guia e uma mulher cliente se não me engano eslovaca. Desistiram a 5.700 metros por causa das péssimas condições de neve. Estava confirmado, nenhum cume naquele dia.

Reencontrei Boris e perguntei se rolava uma carona até Quito. Rolou, consegui voltar pra lá a custo zero na carona com ele e seu cliente. Na descida, notei a diferença: A estrada de caminho em terra vulcânica estava sob a neve, o estacionamento também. A linha de neve no Equador que geralmente é a 4.900 – 5.000 metros baixou pra 4.300 metros, tendo neve abaixo do estacionamento 200 metros verticais! Nossa, como nevou...Tive pelo menos a chance de ver montanhas dentro do parque que estavam de um jeito diferente, bastante nevadas.

Frase que escutei do Boris ao ver o Sincholagua (4.880 m) e o Rumiñahui (4.720 m) nevadas: “Paulo, tenho 36 anos, sou guia há 14 e nunca vi essas montanhas nevadas assim!”. E começou a tirar fotos.

Voltamos pra Quito, cheguei no meu albergue já aborrecido pelo insucesso. Esta seria minha segunda vez desistindo de uma montanha por más condições climáticas, e não seria a última.

SEGUNDA TENTATIVA

Alguns dias se passaram, fui ao Guagua Pichincha e fiz cume (relato depois), tentei o Illiniza Norte sem sucesso também por mau tempo (relato depois), até que no dia 8 me dei conta de que estava perdendo tempo me lamentando. Olhei a previsão de tempo no mountain weather forecast, não acreditava em meus olhos! Uma janela perfeita de dois dias limpos sem nevasca ou vento no Cotopaxi e melhor, com previsão de frio próximo de –10°C! Busca de transporte de novo...

OBS: Dois ou três dias depois da tentativa frustrada número um, o Boris me disse por e-mail que naquele mesmo dia, por volta das dez ou onze da manhã, uma avalanche desceu perigosamente próxima à rota normal do Cotopaxi. EU SABIA QUE ISSO IRIA ACONTECER!

Dessa vez fui parar na agência Gulliver, quem pesquisa aprende. Lá, por apenas 20 dólares o transporte me deixa diretamente no estacionamento do Cotopaxi. Ê laiá viu...Poderia ter economizado uma grana na primeira tentativa...É errando que se aprende. Paguei e partiria cedinho dia 9 pra montanha, antes das sete.

Simbora, e cadê o bom tempo? Nada. Mas pelo menos não nevava. Estava nublado, ainda não via a montanha mas pelo menos não ficaria molhado. Foi bom ir com a agência porque por mais que eu estivesse pagando só pelo transporte, acabei desfrutando de quase tudo, inclusive uma visita ao museu do parque! Enfim, cheguei por lá umas onze e pouco da manhã. E o tempo? Um frio da porra já no estacionamento, tipo uns cinco negativos, com vento forte de uns quarenta por hora. Ah, começou a nevar!

Parecia mentira, tudo de novo...Ah cacete, já desanimei mas segui para o alto e avante como um fantasma solitário na nevasca. Cheguei ao refúgio em um pouco menos de uma hora, já mais rápido. E o tempo seguia ruim, nevando e ventando e muito frio.

Passei o resto da tarde falando oi pra alguns guias que me reconheceram, e meio solitário desanimado pelo mau tempo de novo, decidi dormir no refúgio de novo. Reencontrei um casal de espanhóis que estavam em um grupo guiado no Illiniza Norte durante minha tentativa, passei o resto da tarde com eles e seu guia e até descolei uma janta de graça! Fui dormir sem muitas esperanças deixando tudo pronto pra minha segunda tentativa.

A hora chegou, acordei e fui pra fora checar o tempo, quase congelei o rabo só pra sair do saco. Dentro do refúgio fazia –7°C, do lado de fora –9°C, isso a 4.859 metros! Nevava forte e ventava ainda, e não era vento fraco, de 40/h mais ou menos, e por causa da baixa temperatura a neve caía congelada já e cortava o rosto conforme batia, doía. No chão fora do refúgio uma fina camada de verglass se formara nas rochas do chão, obrigando a sair dali já de crampoons. Que maravilha, minha segunda tentativa seria marcada pela derrota ainda no refúgio, COM PREVISÃO DE TEMPO BOA CHECADA NO DIA ANTERIOR. Os espanhóis e seu guia decidiram nem sair assim como eu, mas quase todos os outros decidiram sair mesmo sendo avisados por seus guias dos riscos e do forte frio que encontrariam acima.


Péssimo tempo. ÚNICO registro da segunda tentativa, não tirei 1 foto sequer

Tomei café da manhã também de graça só batendo papo com meus novos amigos de montanha e seu guia, especulamos por quase uma hora até que decidi voltar a dormir. Me enterrei no saco tremendo de frio já era quase uma da manhã. Pouco depois, quase duas da manhã, os primeiros desistentes começaram a chegar. Faziam tanto barulho e xingavam tanto que saí do calor do saco e fui ver a situação. Estavam semicongelados. Na linha do glaciar estava –15°C e a nevasca com vento continuava, a sensação devia ser em torno dos –25°C, e a neve congelada batia nos equipamentos e roupas e grudava no ato, alguns tinham uma camada impressionante de três ou quatro centímetros de GELO formado nas mochilas, piolets e bastões, pintados de branco como alpinistas albinos. Minha vontade era de dizer “eu te disse, eu te disse” lembrando do velho desenho animado.

Nos minutos que se seguiram, todos os outros grupos retornaram nas mesmas condições, semicongelados e com seus guias rindo da situação. Óbvio, avisaram ao povo das condições, e não que houvesse necessidade de aviso, bastava olhar pra fora! Mas na grande maioria, os clientes eram norte-americanos e franceses, e eu já escalei perto desses caras pra todo lado que fui. Sempre usam guias e nunca escutam os conselhos, os norte-americanos são os piores, completamente cegos pelo cume, não importa mais nada.

Fazer o que...A montanha disse não pela segunda vez e isso acabou comigo. Já tinha a notícia do Pedro que por causa do passaporte vencido que ficou em casa ele não poderia mais me encontrar e por isso não faríamos as montanhas planejadas juntos, estes dois fatores foram baldes de água fria no psicológico, que foi pro saco. Desci até o estacionamento acompanhado do casal de espanhóis em lua de mel e seu guia, sob nevasca e frio pra variar, e ganhei uma carona até a entrada do parque na panamericana. Lá peguei um ônibus 2 minutos depois que por 1.50 dólar me deixou em Quito.

O que mais posso dizer? Voltei pra Quito gripado, aborrecido e desanimado.

Parofes

Fotos:


Começo no estacionamento já sob nevasca.


Desistindo e descendo, veja como nevava!


A raposa andina que mais parecia um lobo de tão grande.


O refúgio e a esquerda a 4ª montanha mais alta do Equador, Antisana.

PS: É FODA COMO A MONTANHA BRINCA CONOSCO, BASTA VOCÊ DESISTIR E COMEÇAR A DESCER PRO TEMPO MUDAR E ATÉ VISTA TER...


Rumiñahui, 4.720 metros. Bela montanha de 3 cumes. Em 36 anos de vida, o Boris disse nunca ter visto esta e a montanha abaixo com tanta neve. Então é seguro dizer que no Equador está nevando este mês como nunca nevou em pelo menos 35 anos!


Sincholagua, 4.880 metros. O mesmo, neve como nunca foi visto antes nos últimos 35 anos.


A esquerda Sincholagua e a direita Antisana, vistos desde o estacionamento do Cotopaxi a 4.550 metros.


Refúgio José Ribas, 4.859 metros. Ponto de partida da rota normal, face norte.


O máximo que tive de vista do Cotopaxi nas duas tentativas. No carro voltando após a primeira vez.


Vista também parcial do vulcão já em Tambopaxi, voltando.


Abrazos a todos

Parofes

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Rucu Pichincha, 4.702 metros.

A manhã de 2 de janeiro chegou, diferente das previsões, com chuva. Mesmo assim, deixei minha mochila pronta e fiquei pensando no albergue se iria ou não. Estão pensando o que? Claro que fui!

Como eu sempre disse, montanha é montanha e a altitude não importa. É óbvio que é legal subir um seis mil, mas se a montanha é bonita, isso é o que eu sempre busco. Sinto-me mais atraído. Já vi alguns relatos em blogs ou até mesmo no “sua aventura” do altamontanha de brasileiros que foram ao Equador e só consideraram cumes dignos de relato o Cotopaxi e o Chimborazo. O Cotopaxi com a propaganda comercial de “vulcão ativo mais alto do mundo” (que eu não aceito, pois eu mesmo já escalei um ativo mais alto quase 250 metros) e o Chimborazo por ser o highpoint do país e por ter definido em seu cume o ponto mais distante do centro da Terra. Peraí, o Pichincha não merece relato? Merece sim!

Os Pichinchas são três montanhas distintas que ficam a só 10 kms de Quito, dominando a paisagem da cidade. São eles o Guagua Pichincha (4.774m), o Rucu Pichincha (4702m) e o Padre Encantado (4.685m), separados por exuberantes vales de cerca de 500 a 700 metros de profundidade, e entre 1,5 e 2 kms de distância em linha reta um do outro.

Já sei, se perguntam “Por que o Parofes não foi no Guagua que é o maior deles?”, respondo de antemão, chegar ao Guagua sozinho custa caro e a trilha desde a vila de Lloa (vilarejo longe de Quito para subir o Guagua) é assolada por assaltos a andinistas em aclimatação solitários. É uma área mais pobre de Quito e um pouco mais rural, relatos de furtos ou roubos a mão armada são semanais, portanto sozinho eu não iria. Além do mais, o Rucu Pichincha é uma bela montanha e de fácil acesso, além de mais segura.

De meu albergue (Centro del mundo, rua Lizardo Garcia – indico!) peguei um táxi que por só quatro dólares me deixou no teleférico da cidade a 3.000 metros de altitude. Lá, peguei o teleférico (8,50 dólares pra via expressa, subida e descida) até a cota dos 3.850 metros (vendem o peixe de que a altitude do teleférico é de 4.100 metros, mas fica longe disso, medi no GPS).



Comecei a subir a trilha às 10:00h sem ver nada, nem a montanha, e as vezes nem a trilha 15 ou 20 metros adiante. Bem, quando subo uma montanha tida como fácil, procuro dificultar um pouco e assim meu psicológico me diz que o cume foi “mais merecido” por assim dizer. Fiz isso inclusive com o Chacaltaya, bem conhecido por aqui. De carro ou táxi é possível chegar ao Clube Andino a 5.300 metros e só subir os últimos 100 metros verticais até o cume. Nunca fiz isso, subi a montanha duas vezes em menos de 24 horas e nas duas vezes pedi pro táxi parar na estrada mesmo a aproximadamente 4.700 metros nas lagunas escondidas, e dali mesmo pirambei até o cume. Para o Rucu isso não seria diferente.

As circunstâncias foram: Passei por quatro aeroportos, dois pousos, duas decolagens, estava surdo de um ouvido, sem jantar e sem café da manhã pra caminhar. A última refeição fora o almoço mínimo de avião servido durante o primeiro trecho da viagem: São Paulo – Bogotá. Além disso, subi sem água! Assim a montanha seria diferente pra mim.

Comecei a andar sozinho, roxo de fome e com um pouco de sede. Fui passeando, a trilha inicialmente é mais aberta que as trilhas de Monte Verde, em alguns pontos chega a ter incríveis 3 metros de largura. Depois disso, vira uma trilha ainda bem batida mas se limita a 1 metro e as vezes a 50 cms de largura até as pendentes vulcânicas. Passei por várias paredes de rocha muito bonitas, um forte potencial pra vias esportivas de até 50 metros!

Conheci um pessoal pela trilha, turistas que subiam a montanha de calça jeans, as mulheres de bota da moda e cachecol. Eram todos gente boa mas completamente despreparados. Diminuí minha passada pelo cansaço, fome, quilos a mais (deixei o Brasil com 79,5 kg! Meu record!), sede, e os acompanhei. Só por um tempo é claro.

Fomos ganhando altitude e a respiração foi ficando mais difícil. A 4.400 metros acaba a trilha gramada e começa uma moraina a esquerda com mais ou menos 40° de inclinação (vide foto), terra e rocha, tudo solto. Ali me separei deles que continuaram na rota “normal”, apontei uma linha reta pro cume e fui sozinho, saindo a trilha. A sede agora era cruel,mais que a fome. Estava bem cansado...

Prossegui com pequenas pausas, subi toda a moraina e no seu final veio o trepa pedra que em algumas partes era escalada mesmo, um 4° grau, não podia cair. Esse trecho era de só uns 100 metros verticais e acaba direto no cume.





Lá, encontrei uma garrafa de água, vazia mas limpa, tinha muita, muita sede...A garrafa parecia nova. Me afastei do cume um pouco e enchi a garrafinha de neve fresca, guardando a mesma dentro do fleece pra que ela aquecesse com o meu calor corpóreo, derretendo a neve. Voltei ao cume pra fazer fotos e medição. O gps já estava ligado e encontrei a altitude de 4.702 metros, significa cerca de 850 metros de desnível desde o teleférico, não é muito mas não é pouco. Fiz minhas fotos de cume usando o tripé, daí o grupo chegou pela metade, o resto desistiu (meninas de bota da moda) e voltou. De lá olhei pro Guagua Pichincha, parecia enorme! Vi o Padre Encantado também, meio sem graça, bem normal. De fato eu não o chamaria de montanha e sim uma formação rochosa.



Conheci no cume dois eslovacos, batemos algum papo com dificuldade já que não falavam espanhol e o inglês quase inexistia pra eles. Nesse tempo o céu abriu um pouco e pude ver Quito! Fiz uma panorâmica, fotos isoladas do visual, muito, muito legal...

Por fim a comunicação rolou mais ou menos com os caras. Um deles faz corrida de aventura então era muito forte mas não montanhista/ alpinista. O outro sim era alpinista experiente. Quiseram marcar de escalar comigo depois pra dividirmos custo de transporte, trocamos emails mas acabou não rolando nada, mas esbarrei com eles no Cotopaxi no dia seguinte!

Fiz vídeo do cume e relaxei por uns 15 minutos, a neve derreteu, pude beber água. Doce sabor da vitória...Comecei a descer. Terra de moraina = ski bota. O trecho que me roubou uma hora desci em pouquíssimo tempo. A fome era fantástica, podia jurar que pensava tanto em comida que ria sozinho andando na volta ahahahaha....

Me apressei e a volta foi concluída em pouco mais de uma hora, a ida custou longas 3,5 horas. Chegando nas proximidades do teleférico notei um amontoado de turistas e uma fumaça subindo, comida!!! Umas cholitas equatorianas vendendo um prato mediano com um bom pedaço de frango na brasa, salada e batatas cozidas por só dois dólares...Putz...Enquanto comia sentia o sangue correr com mais vontade! Também tinha copo de 300 ml de coca-cola por 30 centavos cada, bebi três copos e a sede foi devidamente esquartejada.

Depois da comilança deitei na grama e apreciei a vista por bons vinte minutos...Que lugar maravilhoso pra relaxar...

Fiquei bastante feliz com meu primeiro cume nos “andes nórdicos” equatorianos, sorri bastante olhando a paisagem e comecei a voltar depois de um tempo. Conheci um casal. Ele: Equatoriano, ela: norte-americana. Ela deixou o país e foi morar no Equador com ele. Também eram andinistas. Duas semanas atrás desistiram do Cotopaxi a 5.600m por causa de neve na coxa! Disseram voltar tremendo de frio a quase –15°C. Más prévias ah? Me ofereceram carona até a cidade e meu albergue, que massa! Economizei a grana do táxi.

Bem, chegar ao cume do Rucu Pichincha me custou somente 15.40 dólares, foi de fato uma pechincha!

De novo, não importa a altitude, o Rucu Pichincha é animal visto da trilha, uma pirâmide de rocha saindo dos campos de altitude apontando para o céu. Do teleférico até o cume são 850 metros de desnível, bom até pra começar uma aventura equatoriana. E de mais a mais, se os companheiros montanhistas não considerarem a montanha ainda assim, pensem desta forma: A maior montanha brasileira ACESSÍVEL A MONTANHISTAS é o Pico da Bandeira de 2.893 metros, e a trilha pro cume dele, desde o acampamento, leva somente uma a uma hora e meia.

O Rucu Pichincha tem 4.702 metros de altitude, é um vulcão inativo, e a falta de oxigênio rola fácil a partir dos 4.200 metros, e eu fiquei cansado pra fazer cume!

Última informação: “Rucu” é Quecha para “velho”, e “Guagua” é Quechua para “novo”.

Fotos:


Primeira vista do Rucu, mas este não é o cume, que está atrás mais distante e alto.


Um pouco da paisagem...


Chuquiragua jussieui, essa planta leva 50 anos pra atingir 1,5 metro de altura e dar esta bela flor.


Meia hora depois de estar andando, olhei pra trás e fiz essa panorâmica.


Um pouco inclinado!


"Chão pegando fogo"


Cume do Rucu Pichincha, 4.702 metros. Foto no tripé.


Panorâmica de vista do cume pra Quito.


Comidaaaaaa!!!!!!


Em breve outros relatos!

Abraços a todos

Parofes

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Segunda tentativa no Illiniza Norte sem sucesso.

Dessa vez cheguei a 5.075 metros, via o cume ali a apenas 50 metros verticais.

Ainda meio cansado e ruim da gripe resolvi tentar de novo, um pouco mais lento que o Gavin que tem so 23 anos e pesa 10kg a menos que eu, seguimos. Na ultima canaleta pro cume ele deu sorte, passou e subiu antes do que rolou. Cheguei 4 ou 5 minutos depois e dei de cara com um grupo que estava descendo a canaleta com protecoes (desnecessario ali) entao esperei porque muita rocha, gelo e neve caia. Esperei por 30 ou 35 min e o que aconteceu? O tempo mudou. Tive que descer. PQP!!!!!!!!!!

Pessimas condicoes de neve, caindo comigo atravessando a pendente de 45 - 50 graus...dia arriscado ontem.

Pela segunda vez perdi o cume o Illiniza Norte.

Ma sorte, ma sorte e + ma sorte...

Pelo menos o Gavin fez cume, segundo de 5000 metros. Parabens pro cara!

Abs a todos, em 3 dias pego um voo de volta pro Brasil e comeco os relatos com fotos...tenho mais ou menos 600 fotos de tirar o folego!

Inte...

Parofes


Down climbing o Paso de La Muerte que deveria ser trepa pedra. Neve fresca e descendo comigo. Criancas nao tentem isso em casa! :P (Photo by Gavin Way)


O tempo na volta, deu pra notar que merda estava? (Photo by Gavin Way)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Más, más noticias

Aqui no Equador o tempo esta um lixo completo.

Ate agora estou aqui ha 7 dias, fui pra 4 montanhas e fiz cume em duas. Esta nevando aqui como nao neva ha 35 anos pelo menos. Montanhas que eram pura rocha mostram uma camada de neve a partir dos 4500 metros que varia de 20 cms a 1 metro, incrivel.

No primeiro dia fui ate o cume do Rucu Pichincha de 4.702 metros, e so vi a montanha chegado ao cume depois que sai da rota normal e meti a cara em uma escalada de rocha bem mais a esquerda, quase na rota direta.

No segundo dia fiz a aproximacao pro Cotopaxi, sob nevasca cheguei ao refugio e fui dormir. Acordei e comecei solo as 1am sob nevasca, quando cheguei na linha do glaciar a 5250 m a neve continuava caindo violentamente e a visibilidade era de 5 metros so, nao havia vento e fazia calor, 5 graus. Risco de avalanche eminente. Desci. Nas horas subsequentes todo mundo desceu, ninguem fez cume neste dia.

Ontem fiquei sabendo que depois que todo mundo deceu naquele dia, uma avalanche varreu a rota normal. Um desastre poderia ter acontecido, felizmente, ninguem se feriu.

No quarto dia fui ao Guagua Pichincha, um dos vulcoes mais ativos do Equador, de 4774 metros. Cheguei ao cume fazendo uma rota direta pela descida. Dois passos a frente, um pra tras. Fiquei no cume 50 minutos mas nada adiantou, desci.

No quinto dia paguei por um transporte que deveria me deixar a 3950 metros de altitude, de onde eu caminharia ate 4760 m e acamparia ao lado do refugio dos illinizas. O carro parou a 3500, nao rolava. Tive que descer e ficar em um albergue pra montanhistas a 3200m. Tinha um adesivo do altamontanha la!

Entao de manha o carro conseguiu chegar a 3650 m. Comecei meu ataque ao Illiniza Norte de la. A montanha que e puro trepa pedra, bem facil ate o cume, tornou-se uma montanha tecnica cheia de filos de neve e cornisas. O minimo de neve que ha e 30 cms, e perto do Paso de la Muerte, ultimo obstaculo pro cume, neve na cintura. Ainda tentei abrir rota em uma pendente de 65 graus sem corda ou crampoons pra fazer uma travessia, chegando do outro lado depois de uns 12m da travessia, nada se via. Voltei e desci. Faltava so 75 metros verticais pro cume...

Illiniza Sur nem pensar, ninguem esta sequer tentando. Muito risco de avalanche com 1 m de neve a partir da base dele a 4750 m. Porra...

Desci correndo fugindo de uma tempestade eletrica e uma forte nevasca...depois de vencer 1500 m de desnivel ter que desistir do cume foi, uma facada no peito...

Hoje aqui estou, em Quito, com o psicologico super abalado, desanimado pra cacete...com esse tempo de merda.

Bem, pelo menos em alguns dias o Boris, guia daqui e meu amigo, me convidou pra fazermos uma parceria pra algumas escaladas, ja que ele precisa se aclimatar pra entrar na polacos em algumas semanas. Se o tempo ajudar, ainda consigo fazer algum cume interessante...

Mais novidades depois...

Abrazos

Parofes

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Divulgando: CURSO CONCEITOS BÁSICOS DE FOTOGRAFIA - "PAY-WHAT-YOU-WANT"

Divulgando pro Tacio, vale a pena pessoal!

"CURSO CONCEITOS BÁSICOS DE FOTOGRAFIA - "PAY-WHAT-YOU-WANT"
www.macrofotografia.com.br

Seguindo a nova tendência internacional de serviços "pay-what-you-want" (pague quanto você quer), estou com inscrições abertas para a 2ª turma do curso Conceitos Básicos de Fotografia.

Esse novo curso, com início dia 17 de Fevereiro, abordará os conceitos básicos e fundamentais para que a pessoa assuma o controle total de sua câmera e saiba prever o resultado obtido em suas fotografias.

Serão abordados temas como diferentes câmeras (reflex, compacta, fator de crop), lentes e suas propriedades, uso e consequência da velocidade de obturação, abertura de diafragma e ISO, uso básico do flash na natureza, uso de acessórios como filtros, tripé etc.

Esse curso se destina a todas pessoas que querem aprimorar seu conhecimento na fotografia e com isso obter melhores resultados.

CRONOGRAMA:
Conceitos Básicos de Fotografia
5ª feira, 17/02 das 19h30 às 22h30 - aula teórica
- câmeras, lentes;
- velocidade, abertura, ISO;
- modos de operação da câmera (AV, TV, M etc);
- fotometria manual;
- configurações da câmera (ISO, White Balance, AF, Medição de luz etc.);
- introdução ao flash para uso na natureza;
- acessórios para fotografia de natureza;
- como segurar a câmera e como se portar em meio natural.
Sábado, 19/02 das 9h30 às 15h30 - aula prática
- fotometria em modo manual;
- uso do flash durante o dia;
- uso de lentes

A aula prática não é apenas um "passeio fotográfico". Nele os alunos terão instrução personalizada e um roteiro de "fotos-exemplo" a fazer de modo a praticar e fixar os conceitos abordados na aula teórica.
5ª feira, 24/02 das 19h30 às 22h30 - aula teórica
- revisão de fotos;
- dúvidas;
- apresentação da macrofotografia.
O curso tem duração total de 12h entre teoria e prática e fornece certificado de conclusão.

LOCALIZAÇÃO:
O curso será em São Paulo - SP.
Aulas teóricas (A):Sala de aula macrofotografia.com.br, Av. do Cursino, 3653 - São Paulo/SP
Aula prática (B): Jardim Botânico, Av. Miguel Stefano, 3031 - São Paulo/SP
Veja os locais no Google Maps

CUSTOS:
Como dito no primeiro parágrafo, esse é um curso no formato "pay-what-you-want" (pague quanto você quer) e não há um valor definido (mas também não significa que é um curso grátis ou promocional). No término do curso haverá uma caixa cofrinho onde você depositará quanto você acha que o curso valeu para seu aprendizado em fotografia.

Apesar de estarmos em um país onde a maioria se vangloria - em vez de se envergonhar - do jeitinho brasileiro, estou apostando no bom senso e honestidade das pessoas, principalmente se tratando de alunos que tem interesse em aprender sobre fotografia e com bom nível cultural.

Cabe às condições e consciência de cada um dar o valor que acha justo para o meu curso (e todos que fazem curso de fotografia tem noção de quanto custa um curso em São Paulo). Minha parte eu farei: dar um bom curso e garanto que você terá bons resultados!

PRÉ-REQUISITOS:
Para esse curso é recomendável que o aluno tenha câmera fotográfica reflex (tipo que troca de lentes) ou compacta avançada que permita ajustes manuais de fotometria, ISO, White Balance etc. É recomendável também que possua flash (incorporado na câmera ou externo).

INSCRIÇÕES:
Para mais informações e inscrições entre em contato pelo site www.macrofotografia.com.br informando seu nome completo, qual o seu equipamento fotográfico e suas expectativas para o curso.
As pré-inscrições já estão abertas e a turma será confirmada assim que tiver 6 alunos (e no máximo 12). Se você pretende participar me informe!
Tacio

www.tacio.com.br
www.macrofotografia.com.br


Abrazos

Parofes

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Final de ano tenso

Eu e lili passamos o final de ano mais tenso ever. Cuidavamos de uma coelhinha, a Matilda. Nos ultimos dias de 2010 ela adoeceu e morreu na noite de ano novo.

Passamos o ano novo chorando e enquanto os fogos comemoravam a chegada de 2011, ainda por volta de meia noite e dez, enterravamos a filhota...

Assim foi nosso ano novo, essa merda.

De manha dia 1 fui pro aeroporto. Primeiro a fazer check in na TAM, primeira vez voando de TAM. Despachei a mochila grande e fiquei com a pequena comigo. Desci em Bogota e fui informado de que precisaria pegar a mochila mesmo que tivesse sido despachada direto ate Quito. Ok. A seguranca do aeroporto de Bogota e fora do normal pela propria natureza de trafico de drogas do pais, contei 8 caes policiais andando pelos corredores, se vc tiver algo ilicito, eles vao sentir o cheiro!

A mochila nao veio. Registrei uma reclamacao de extravio de bagagem e segui pra pegar minha conexao.

15 minutos antes de embarcar fui chamado no auto falante do aeroporto e me apresentei no balcao conforme solicitado. Fui orientado a cancelar a reclamacao pois existia a possibilidade de que minha mochila ter seguido direto pra Quito. Obvio nao?

Peguei o voo sem esperancas e desci em Quito onze e tantas da noite, encarei uma fila de 50 minutos pra carimbar o passaporte e ao sair dali, a mochila me esperava no canto do saguao largada. Quanta desinformacao hein TAM?

Nunca mais TAM, o aviao quase caiu passando dentro de 4 tempestades ate Bogota, eu nao pude comer o almoco na minha frente de tanto que balancava, o servico de bordo foi interrompido e as aeromocas correram tensas pra sentar na cadeira e apertar o cinto, parecia cena de filme, foi super tenso...

Enfim...Misterio revelado, estou no Equador. Triste porque a Matilda morreu, triste porque hoje de madrugada tive que desistir do cume do Cotopaxi por causa de uma nevasca sensacional de 20 horas ininterruptas...puto.


Dentro do A320 da TAM. Estava vazio, cerca de 40 passageiros so. Bem, pelo menos se caisse morria pouca gente.


No meu dormitorio no albergue. Sozinho no quarto e sem comida fora o minimo almoco da TAM, fui dormir ja era 1 da manha.


Esperando minha conexao olhando pro lado de fora do aeroporto internacional de Bogota.

Em breve os relatos.

Abrazos

Parofes