sexta-feira, 20 de março de 2009

33 dias, 33.000 metros!

Loucura? Insanidade? Instinto suicida? Não...Só mais um sonho!

Acho que os objetivos não vou revelar, assim fica mais legal. Fora, é claro, um que todos que me conhecem já sabem que me apaixonei e prometi a meus mais profundos desejos de montanha que atingiria seu cume, o vulcão Licancabur na fronteira do Chile e da Bolívia, proximidades de San Pedro de Atacama, cidade eleita o Oásis do Chile, e que também me hipnotizou.

Os amigos mais próximos já sabem que eu tinha férias marcadas para 16 de janeiro, e o destino era a Patagônia para algumas escaladas, e o principal, levar minha namorada na primeira mochilada internacional dela. Furou...

Apesar de termos passagem comprada, tudo pronto, uma série de mudanças no meu travalho impediram que acontecesse. Acabou que fiquei em uma eterna dúvida de quando tiraria férias, Lili teve que viajar sozinha pra não perder as férias, e eu fiquei trabalhando loucamente.

Finalmente, após esse tempo interminável de 90 dias de indecisão da chefia e do Canadá (a empresa é multi-nacional) consegui minhas férias. Parto para San Miguel de Tucuman dia 1° de abril. Meu primeiro vôo me deixará em Buenos Aires, onde tenho cinco horas de bobeira até chegar ao Aeroparque para o outro vôo que me levará até Tucuman.

A idéia é simples, como o meu último dia de trabalho é 31 de março daqui há 11 dias, começo a gozar das férias em 1° de abril (não é mentira!). Minha data de retorno seria em 1° de maio, porém é feriado, por isso ganhei o final de semana. Assim, completa-se o total de 33 dias de férias. Por que não tentar 33.000 metros de escaladas? Eu disse TENTAR.



Finalmente uma chance de gastar as verdinhas e as rosinhas, guardadas em casa ha meses!


Irei até onde meu corpo agüentar, sem arriscar minha vida é claro.

Como guia na Argentina é absurdamente caro (já andei trocando e-mail com dois e me cobraram quantias exorbitantes para me guiar ao cume do vulcão Quehuar de 6.160m – e olha que eu levaria todo meu equipamento e faria minha comida, sem mulas), acho que provavelmente passo somente uma noite por lá, ou talvez “nem esquente a bunda” e pegue um ônibus direto para San Pedro de Atacama, onde faço uma aclimatação de pelo menos 3 dias antes de tentar meu primeiro objetivo.

Daí pra frente é pura surpresa!

Não serão montanhas com dificuldade técnica, nem de longa investida (obviamente) e, se todos os objetivos forem concluídos, a meta será atingida.

Ontem fiz um investimento que precisava há tempo para a viagem. Namorei por muito tempo um saco de dormir marmot para extremo de –37°C, só que o preço é absurdo, quase R$ 1.000,00 comprando na Bolívia, então decidi comprar pelo custo benefício.

Agora sou o feliz dono de um Orbit 1100 da Deuter para extremo de –24°C. Como tenho uma boa resistência para frio, será mais que suficiente.

É isso aí, a foto mostra o começo da organização dos equipos, ainda falta muita coisa...viajo com duas mochilas...e que Crom me ajude!



A linha de pensamento é: “33 dias, 33.000 metros de escalada, se eu chagar em casa com 10.000 de cumes concluídos já volto feliz!”

Abraços a todos, e me desejem sorte!

domingo, 8 de março de 2009

Contatos imediatos do 5° e 6° graus!

Então, já ouvi tanto sobre escalada, que é o supra sumo do montanhismo, o sabor especial de chegar ao topo pelo lado mais difícil...e tudo isso.
Quem mais insistiu foi o Pedro, mas já escutei de outras pessoas também.

Bem, já fica a minha opinião formal e registrada, após sentir o gostinho que tanto ouvi falar: É “ducaralho”! Muito legal mesmo. Massssss não perco meu gosto mais que especial pelo montanhismo de trekking.

Recentemente, no final da semana passada, o Pedro Hauck publicou na sua coluna no altamontanha uma matéria sobre a crise que atinge os ginásios de escalada. Bem, tentei fazer a minha parte e ajudar, comparecendo e prestigiando o trabalho e a receptividade do pessoal da 90 graus. Não é muito, mas, se depender de minha vontade e tempo disponível, sempre irei comparecer ao ginásio.

O ginásio é relativamente pequeno, mas tem seu espaço muito bem aproveitado. Muitas vias legais, com alguns tetos muito bem elaborados (sem abelhas he he he) e um ótimo ambiente.

Foi minha primeira vez em um ginásio de escalada, e com certeza não será a última. Pude bater papo com pessoas que conheci que já escalam indoor há muito tempo, e me deram dicas bacanas. Claro, por mais que tentássemos, eu e Edson Vandeira, praticar tudo ali na hora, seria um fiasco. Ainda não temos a força nos punhos e dedos necessárias pra vias de 7° e 8° graus, mas já deu pra encarar um 6°!

Gostei muito da experiência, nem há muito a falar, sim a praticar!

Estou em um momento de transição na vida, mudança, muitos gastos, e as férias batendo às minhas portas, portanto não dá pra investir muito agora nisso. Mas, pelo menos, já tenho grande parte do equipamento, tudo que usei é meu, e isso facilita por não ter que pagar aluguel dos equipos...

Todo mundo que lê meus relatos sempre espera um texto grande, super elaborado, mas as mãos estão cansadas, um bocado! E acho também que não há muito a se escrever...rs...Foi legal pacas!

Mesmo assim, o título do relato faz um pequeno trocadilho com um filme que adoro, vencedor de duas premiações Oscar he he he

Algumas fotos legais, todas tiradas pelo meu amigo e parceiro de montanhismo Edson Vandeira:



Edson Vandeira já no final de uma via 6a






Eu subindo uma 5c




Edson Vandeira no final de uma via 5b e 5c




Edson Vandeira na via 5b e 5c



Eu subindo uma 5c...muito calor no ginásio...




Eu me atrevendo em uma via 6a com um pequeno negativo




Passando pelo negativo...




Consegui!



Esse foi um 5a e 5b, mais fácil...mas depois de 3 horas escalando, primeiro contato, tava difícil pacas sem força nas mãos!


É isso aí! Volto logo logo por lá, assim que der!