quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mochilar, um estilo de vida.

Já faz um bom tempo que eu pratico essa vontade interminável de ganhar o mundo sem programações.
Diferentemente do montanhismo que me iniciei em janeiro de 2007, portanto há dois anos (dos quais de prática mesmo só um ano), mochilar já faz parte da minha vida há 13 anos. A primeira vez foi aos meus 18 anos de idade, para a região sul de nosso país, inconformado pela minha vontade incontrolável de conhecer Foz do Iguaçu. Na época não tinha nem máquina fotográfica, portanto sequer tenho registros.

Foi também em janeiro de 2007 que me iniciei nas mochiladas internacionais e, por causa da própria natureza da minha viagem, acabei vivenciando uma série de situações que me fizeram acumular uma experiência bastante abrangente no estilo de viagem.

Desde então, passei a dar dicas em fóruns de internet, comunidades no orkut (onde sou moderador da comunidade “Mochileiros na América do Sul” com cerca de 6.150 membros até a presente data), além de dicas na comunidade de mochileiros.com, onde me tornei Membro de Honra, e editor do país Bolívia alguns meses atrás.

Recebo e-mails diários pedindo ajuda com roteiros, e sempre que possível respondo. Na grande maioria sequer recebo resposta após o meu retorno. Mas isso não me incomoda, nada ganho com isso, portanto, nada perco. Não me incomoda ajudar.

Certa vez recebi no orkut uma pergunta sobre orçamento de viagem para mochilar na Bolívia. A pergunta era bastante vaga e comum do tipo “Quanto preciso gastar pra mochilar pela Bolívia e Peru por um mês?”. Respirei fundo e escrevi uma resposta pra pessoa, que honestamente não me lembro quem foi, e não me lembro se ficou satisfeita (risos), mas, na medida do possível, tentei ajuda-la.

Por isso, vou continuar com minhas tentativas de ajuda aos colegas mochileiros de primeira viagem, e vou deixar aqui uma idéia razoável de como calcular quanta grana será necessária para a sua mochilada...

Mas antes, algumas observações:

A) Tudo que você ler aqui terá valores fictícios, para simples totalização fictícia com intenção de exemplificação;
B) Você pode ou não praticar este tipo de viagem, a escolha é somente sua e as minhas opiniões são minhas, por isso obviamente podem ir de encontro às suas;
C) Para começo de conversa, eu sou MOCHILEIRO, portanto eu nunca planejo uma viagem. Nunca compro passagem de ida e volta, pois nunca sei de onde irei voltar. Simplesmente traço alguns objetivos. Após cumpri-los, o que vier é lucro.
D) Mochilar acima de tudo é ter paciência, e estar preparado para o imprevisto. Se você não consegue ser assim e portanto acha que se sofrer um imprevisto pode ficar em maus lençóis, vá por intermédio de uma agencia de viagens. Mas lembre-se que mesmo assim algo pode sair errado, graças ao nosso amigo Murphy.

Regras básicas para se chegar a um valor necessário para viagem.
Corte espacial: Bolívia
Corte temporal: 30 dias.
Saída: RJ ou SP (mais comum)

Vamos supor que você seja um carioca, e que esteja saindo de mochilada para a Bolívia por trinta dias. Um bocado de tempo certo? Dá pra conhecer muita coisa, se maravilhar com as belezas naturais daquele país, que é o país mais pobre da América do Sul, e que olha para o Brasil como o seu “vizinho rico”.

Só que você não faz idéia de locomoção, tempo de viagem, preços, etc etc....Aí você me pergunta: “Quanto eu preciso????? Não saco nada de espanhol!!!!!”, e eu te respondo:

Meu caro, o negócio é o seguinte:

A sua pergunta é muito vaga, existem “N” passeios que você pode fazer, “N” cidades que terá que passar em virtude dos passeios que irá fazer, vou te dar uma idéia muito vaga de como poderá se planejar. Você irá viajar por trinta dias por um país desconhecido, longe de sua família, sem falar a língua do país...Vamos pensar juntos:

São 30 dias de viagem. Vamos supor que fará somente a ida e a volta de avião e o resto da viagem será 100% terrestre, ok?

A Bolívia não é um país grande como o Brasil, mas grande parte das estradas é de péssima qualidade, portanto eu calculo o tempo da seguinte forma: A distância RJ – SP é de 440km aproximadamente, e a viagem de ônibus leva cerca de 5,5 horas. Isso dá uma média de 80km de estrada cobertos em uma hora. Na Bolívia não podemos considerar isso. Por medida de segurança (para não perder passagens compradas, não se confundir com fuso horário e afins) vamos reduzir isso para 50km de estrada cobertos em uma hora.

No Atlas, geralmente um centímetro de espaço equivale a 100km de distância. Você quer saber quanto tempo levará por exemplo de Santa Cruz de La Sierra até La Paz de ônibus? Pegue seu Atlas, sua régua, coloque uma reta direta entre as duas cidades e veja a distância (verifique a escala no seu Atlas!). Se não me engano a distância Santa Cruz - La Paz é de 900km. Isso significa que via terrestre, de ônibus ou trem, pode ser que sua viagem leve cerca de 18 horas. Isso sem falar no fato de que as estradas nunca são em linha reta. Cada curva que existe aumenta mais e mais a distância e portanto o tempo de viagem. Não há como sair de Santa Cruz no mesmo dia que chegou na cidade (para o caso de chegar de avião) porque o vôo chega na cidade na madrugada. Assim sendo, já irá gastar uma noite de alimentação e estadia, que vou colocar com um valor fictício para cálculo de 50 pesos bolivianos.

No dia seguinte logo pela manhã você pega sua condução rumo a La Paz, até porque Santa Cruz é uma cidade desinteressante e você nem perde tempo. Chega em La Paz no final do dia após uma longa viagem de 18 horas, com fome e dor no corpo. Você não tem condições de fazer alguma atividade nesse dia porque além da viagem desconfortável, você já praticou um desnível considerável. Saiu de sua cidade carioca que fica no nível do mar e chegou a Santa Cruz que fica a 440 msnm, em menos de 24 horas deixou a cidade e 18 horas após isso chegou em La Paz que fica a cerca de 3.700 msnm. Isso significa um desnível de 3.700 metros em cerca de 40 horas! Para quem não tem facilidade com altitude, isso já pode significar um problema. Alguns conhecidos meus desistiram de chegar a Cusco no Peru porque foram derrotados pela altitude de La Paz.
Por esse motivo, você tira o resto do dia para se alimentar e descansar. Mais um gasto de refeição e mais uma estadia.

Na manhã do dia seguinte você está mais descansado, e já planeja as visitações que fará na cidade e possivelmente já sabe até mesmo quando deixará a cidade.

Você tem sobrando nesse momento 27 dias completos de viagem ainda. Decide conhecer mais 6 cidades que são consideravelmente distantes de La Paz, o que significa pelo menos 8 horas de viagem terrestre para atingir seu destino. Seja esperto, pegue viagens noturnas, assim você dorme no ônibus por mais desconfortável que seja, e economiza a grana da hospedagem. Mas, antes decide passar 4 dias corridos em La Paz.

Assim sendo, você já pode calcular (levando em consideração o valor fictício de 50 pesos bolivianos por hospedagem) quanto irá gastar de hospedagem. 30 dias iniciais subtraindo o transporte das 6 cidades. Isso dá um total de 24 hospedagens certo? 24 x 50 pesos bolivianos dá 1.200 pesos bolivianos de hospedagem.

Mas você não pode fazer isso tudo sem comer. Comer na Bolívia é barato...Usemos um valor base de 30 pesos bolivianos para almoço e jantar, levando em consideração que irá se hospedar em albergues ou hotéis que incluam na diária o café da manhã. Esse não há dedução, será 30 dias de almoço e janta. 30 x 30 dá 900 pesos bolivianos só para a sua alimentação.

Agora já ficou mais fácil, basta pegar os passeios que pretende fazer, pesquisar os preços com as agências locais de cada cidade, seja ela visitação a ruínas, passeio de barco pelo lago Titicaca, city tour etc etc...São valores fáceis de serem cotados pelos sites de turismo no país, ou mesmo pegando dicas com amigos internéticos.

Terminou? Não! Pegue isso tudo e ainda considere um valor a mais por cidade para COMPRAS! O consumismo está intimamente ligado com boa parte dos mochileiros de plantão, é quase que inevitável comprar alguma lembrança para familiares e/ou amigos. A não ser que você seja um mochileiro baixa renda que esteja com o bolso “na febre do rato”.

Lembre-se, existem algumas regras básicas para mochilar nos países latino americanos:

> Nunca, em hipótese alguma, troque dinheiro na rua. A oferta é grande, mas nunca faça isso. Só opere câmbio em casas específicas ou bancos e em aeroportos. Existe muita nota e moeda falsa nesses países;

> Se viajar com dólares, leve somente notas 100% íntegras e novas. Se ela estiver suja, rabiscada, rasgada, por menor que seja o dano, não será aceita. Só leve cédulas totalmente novas;

> Ainda no caso do dólar, nunca leve consigo notas cuja série comece com “CB”. Essas notas têm um longo histórico de falsificação nos Estados Unidos e fora dele, por isso também não são aceitas;

> Nunca entre em um táxi sem antes combinar o preço de sua viagem. Não existe taxímetro lá, é tudo combinado previamente;

> Não é muito legal andar sozinho todo dia pra onde vá com o mochilão nas costas. Isso chama atenção de todo tipo de gente, inclusive oportunistas de plantão. O ideal é andar em duas pessoas ou mais. Mas se estiver só, utilize o serviço de guarda-bagagem pois ele é barato, e só ande mesmo com seu mochilão quando estiver chegando na cidade ou saindo dela;

> Não utilize pochete ou carteira, coloque seu passaporte, seu dinheiro, e sua carteirinha de vacinação internacional em um money belt, e fique com ele 100% do tempo, é mais seguro. Tenha sempre trocados ao bolso para despesas pequenas e se precisar pagar algo mais caro, antes vá ao banheiro onde terá privacidade para retirar dinheiro do seu money belt sem chamar atenção;

> Nunca beba água da torneira, aprendi isso na prática. A água de torneira da Bolívia e do Perú não é confiável. Compre água engarrafada e se estiver acampado perto de algum rio, ferva a água por precaução;

> Para vôos internacionais, existe uma taxa de embarque que é paga na hora no valor de 25 dólares, que só pode ser pago em dinheiro. Cartão de crédito não é aceito para isso, portanto reserve a grana;

> Não esqueci do problema de saúde não...Fique sempre atento aos indícios que seu corpo te fornece, ninguém conhece ele melhor do que você. Muita dor de cabeça e muitas nauseas significam que a altitude não é muito sua amiga, procure um médico onde estiver para orientações e medicações apropriadas;

> Leve de casa um pequeno case com médicos típicos brasileiros que costume tomar quando necessário, exemplos: Tilenol, dorflex, dramin, amoxicilina (para inflamações de vias respiratórias), pomada para contusões, band-aid, benegrip, e algo mais que julgue ser útil. Comprar remédio sem conhecer a língua e arranhando no portunhol pode ser um verdadeiro pé no saco!

Lembre-se, de tudo que você planeja para uma mochilada, provavelmente 50% nunca irá se concretizar, e outras coisas irão acontecer nesse tempo disponível. Portanto como eu disse no início, isso tudo é uma idéia muito vaga do que fará, e quanto irá gastar para isso.

A primeira regra para mochilar, no campo financeiro é claro, é sempre levar mais grana do que acha que irá precisar. É sempre bom ter em mãos um cartão de crédito internacional para eventualidades. Não pague o mico que este que aqui escreve cometeu e por isso precisou dormir dois dias no aeroporto de Santa Cruz de La Sierra por falta de grana, entrando na pele de Tom Hanks no filme “O Terminal” (risos).

Esteja preparado para imprevistos, eles acontecem. Quando acontecerem, mantenha a calma e seja racional. Beba muita água para aclimatação e aproveite ao máximo o intercâmbio cultural que terá nos albergues. Mantenha-se longe das drogas sempre e evite bebida alcoólica em demasia.


Improviso, eu de carona em um caminhão com colheita de milho na Bolivia



Improviso, eu de carona em um caminhão na Bolivia - 04:00h



Improviso, eu no começo da minha caminhada de 43km em dois dias - Cochabamba na Bolivia - saindo de 2.200msnm até 4.496msnm



É isso aí, espero ter ajudado! Com certeza esqueci de algumas circunstâncias variáveis e de muitos detalhes que podem modificar alguma coisa, mas o básico é isso mesmo.

Mais um detalhe, não fiquem com medo de visitar o país após ler este texto, a Bolívia é um país lindo e incrível. Você, mochileiro(a), jamais de arrependerá de tê-la conhecido. Um país com muita cor, povo amistoso e belezas naturais incontáveis!

Boa mochilada!
"

Essa seria a minha resposta, acho que deu pra ter uma idéia certo? Abraços para todos que tiveram paciência de ler tudo! He he he

Paulo

domingo, 11 de janeiro de 2009

MVMM

Olhando o título deste relato aposto que o leitor pode ter pensado "será que é algo relacionado a uma data em algarismos romanos?: Mas se for está errado!". De cara respondo, não!

Acabei de passar por um período propício pra me enfiar no mato, parei de trabalhar no dia 23DEZ2008 e só voltei no dia 05JAN2009. Doze dias consecutivos de folga! Meu primeiro pensamento foi "PETAR, depois Caparaó!". Não aconteceu, o PETAR por causa da dificuldade de visita-lo sem um carro, e o Caparaó por causa das chuvas de verão. É esta época do ano que eu detesto, até mesmo escrever o nome me irrita: VERÃO.

Chuva, muita chuva pra todo lado. Eu olhava o climatempo diariamente e a impressão que se tem é que o site não foi atualizado. Chuva todo dia, em qualquer cidade que eu pesquisava o resultado era chuva.

Então pensei comigo mesmo: "fuck it!". Apesar da previsão de um tímido sol pela manhã, muitas nuvens e pancadas de chuva a tarde e a noite, decidi ir pois a minha necessidade de deixar a cidade de pedra e sentir o ar da montanha já era incalculável.

O relato então, desta vez, toma um rumo diferente dos que sempre escrevi, segue como um diário escrito sob chuva forte entre 03:00h e 04:00h da manha de 10JAN2009.

"Acordei agora com barulhos de super gotas de chuva atingindo minha barraca, aliás, que estava inativa desde julho do ano passado quando estive na Pedra da Mina. De lá pra cá foram muitos bivaques e dormidas em barracas que não eram minhas (uma do Pedro Hauck e uma do Edson Vandeira). Decidi assim porque a minha barraca não é lá das boas, é uma Ozark Trail para 4 pessoas. Boa sustentação com 4 varetas, muito espaço, porém só aguenta 600mm de chuva. Too bad! Comprei essa barraca em 2005 eu acho...Já preciso trocar faz tempo.

A previsão era de chuva mesmo, então pensei que pegaria chuva sim, mas não como no perrengue que passei com o Pedro no Camapuan...

Por essa eu não esperava...A viagem pra vir foi tão agradável! Passei na frente da represa de Joanópolis, que só vi quando subi o Pico do Lopo meio ano atrás. Mais ainda, vi o Pico do Lopo da estrada de outro ângulo, portanto ele fica completamente diferente!

Deu tudo certo, consegui pegar um ônibus em bom horário, quando o motorista fez a parada em Extrema fui ao guichê da empresa e pedi que ligassem para Camanducaia pra pedir pro motorista do último ônibus pra Monte Verde que me esperasse, mas não tinha esperança que desse certo. Acontece que ao chegar em Camanducaia, o ônibus estacionou e a sua frente o outro motorista me esperava, veio até mim e perguntou "você é o Paulo que está vindo de São Paulo?". Eu amo o interior mineiro ahahahahahha, tudo é possível! Tudo é mais pessoal...


Estar em Monte Verde já é estar na Montanha!


Estrada acima. Isso mesmo, Monte Verde, meu destino tempestuoso desta empreitada. Aqui, deitado no meu saco de dormir, só consigo me lembrar do relato que li no altamontanha de uma travessia no Marins que acabou mal, transformando-se em uma verdadeira saga montanhistica, como ri lendo aquele relato...

Só não esperava que teria uma experiência similar. Estou tendo! Estou dentro da minha barraca, recebendo gotejos oportunistas de chuva gelada que aproveitaram o descanso de algumas partes da barraca que simplesmente desistiram de trabalhar...Se estivesse frio pelo menos seria mais interessante, mas a temperatura é de confortáveis 10°C.


As gotas passando pela barraca...


As duas últimas horas foram tensas. Fui acordado com o barulho da chuva, e logo começaram os raios. A noite virava dia por um ou dois segundos quando caíam os raios, e muitos raios! Acho que um por minuto. Consegui inclusive filmar por dentro da barraca alguns clarões. Tudo bem, já entendi o poder deles, mas as vezes acho que pensam que eu não entendi o recado, iluminam tanto que o trovão faz o chão tremer sob meu isolante!

Por alguns minutos senti aquela sensação de estar no campo de queda de raio, meus pelos do corpo se arrepiaram, e vi um clarão bem perto. Mas não me preocupo muito porque eu estou em uma rua, de fato o último trecho da última rua residencial na subida da rua do Bradesco. Mas, há muitas partes mais altas do que eu inclusive postes atrás de minha barraca, acho improvável ser atingido. Mas, assustado!
A sensação não durou muito, mas estou encolhido no meu saco e espero passar. Não posso reclamar de nada pois escolhi assim.

Acampado na terra da rua a 1.670 msnm, espero pacientemente pelo amanhecer, e por uma chance de atingir meus objetivos...Vou dormir!"

E assim foi, nessa hora parei de escrever e dormi por puro sono incontrolável!

Pela manhã o tempo estava consideravelmente melhor, sem raios e sem chuva. Desmontei o acampamento e tomei meu rumo.
Passei pela caixa d´água e entrei na trilha. Acho que é a trilha mais definida em que estive, em alguns pontos é tão limpa e aberta que dá uns 2 metros de largura. Não há como se perder lá.

Em meia hora cheguei ao mirante a 1.800 msnm com uma bela vista, tirei duas ou três fotos e segui, e com mais vinte minutos estava no platô que é uma das atrações turísticas da cidade, a 1.900 msnm. Mas, não estava só! Haviam 4 cavalos lá pastando...Totalmente libertos, sem nenhuma marcação de dono, bem alimentados, e sem ferraduras. Será que são livres mesmo? Não sei...mas consegui tirar foto deles!


Bela vista do mirante



Eu e os cavalos no Platô a 1.900 msnm


Segui rumo para o Chapéu do Bispo, e no caminho antes mesmo de sair do Platô avistei dois gaviões lindos na outra extremidade...Tirei uma foto mas estava muito distante, e o zoom da minha máquina não é nada profissional...Ao tentar me aproximar mais, eles foram embora...Perdi a oportunidade.


Um pouquinho longe mas dá pra ver o casal de gaviões


Pouco mais a frente, um sapo bem grande cruzou meu caminho na trilha, esse sim consegui fotografar! Segui caminho...


O sapo montanhista


Na hora que cheguei ao Chapéu do Bispo a chuva recomeçou a todo vapor...Quando cheguei no cume tirei uma única foto da vista (dá pra ver uma pequena cachoeira na elevação logo ao lado) mas só isso, fiquei com medo de estragar a máquina e nada mais de fotos até entrar na mata novamente.

Ainda pensei "acho que dá pra chegar ao Selado", mas depois de meia hora a chuva apertou mais um pouco e desisti. Prudência é uma característica extremamente necessária em montanha, em especial em uma que tem muita afinidade com descargas elétricas. Virei as costas e comecei a descer.

Na metade do caminho eu já estava no estágio três de molhado, completamente submerso em lama nas botas, água de chuva com suor nas pernas (o que me rendeu assaduras terríveis) e suor caindo na vista. Fazia calor, cerca de 20°C.

A descida foi mais complicada porque a trilha estava bem molhada e com pequenos riachos se formando, e com 20kg nas costas não dá pra se apressar. Fui a metade da velocidade o que transformou a descida em intermináveis quase 3 horas.

Finalmente cheguei a saída da trilha, meio triste por ter que "arremeter" do meu objetivo, mas feliz por ter conhecido a Serra e por ter sorte de tirar fotos de animais livres bem próximos a uma pequena e charmosa cidade que é Monte Verde. Voltei pra cidade e mesmo sujo, consegui entrar em um restaurante e pedi uma picanha (mais do que merecida) pra matar a fome. Após comer fui dar uma volta na cidade, comprei lembranças pra Lili (Primeira Dama) e pra Oma (Avó dela) e uma camiseta pra mim. Depois disso tudo ainda parei em uma lan house pra matar o tempo e esperar o próximo ônibus pra Camanducaia.

Ele chegou com um pequeno atraso, peguei e cheguei na cidade após 40 minutos. Lá peguei o último carro do dia pra São Paulo e às 19:00h de sábado já estava de volta.


Sujo na volta...


Não acho que a viagem foi perdida, pelo menos subi duas montanhas, apreciei a vista de um mirante, montei minha barraca que estava ociosa ha bons 7 meses, respirei o ar da montanha, tirei fotos de animais selvagens e deixei um pouco a cidade caos.

A propósito, MSMM significa Monte Verde Muito Molhada!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Começo de 2009 no nível do mar

Planos e mais planos...

Cheguei a conclusão que vou planejar menos esse ano. Nada se concretiza.
Por fim, a única programação de dezembro que se realizou como previsto foi a ída ao litoral sul de São Paulo, mais precisamente Itanhaém, cidade onde a família da Lili tem duas casas.

Tive momentos de reflexão, e cheguei a triste conclusão que, na eterna guerra entre o Homem e a Natureza, infelizmente, as vezes o homem vence uma batalha.

Meu desejo? Passar a virada no cume de alguma montanha, mas as chuvas de verão não permitiram isso.
O plano "B" era visitar as cavernas do PETAR antes que esse mesmo Homem as destrua, mas isso também não aconteceu...Muitos impecílios pra conseguir visita-las...
O plano "C" acabou sendo, de improviso, passar a virada na praia. Fomos.

Foi legal, calmo, feliz para a Matilda (coelha de estimação) que se divertiu bastante no jardim avantajado da casa.

Fiquei longe das montanhas mas aproveitei pra tirar muitas fotos e algumas ficaram interessantes...



Moradora do quintal da casa de praia da avó da Lili. Elegante e pronta pro ano novo!



Acreditem se quiserem, isso é São Paulo!



Sobre isso que falei. Um cara fisgou esse peixe, e quando o pegou disse: "Ahh isso não presta!", então ao invés de tirar gentilmente o anzol e devolve-lo ao mar, arrancou o anzol o que foi fatal pro peixe, então o jogou na areia...



Eu no final de uma caminhanda de 4,5kms na praia de Itanhaém, depois, andei a mesma distância pra voltar.




Uma aranha tão pequena que quase não a vi (tinha uns 5 milímetros - foto em super macro)




Uma amostra do ciclo da vida...Uma pequena barata do mato virando alimento de minúsculas formigas pretas (foto em super macro)