segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Maciço das Agulhas Negras

Agora sim digo pra onde tinha planejado ir! Venho fazendo algumas programações que não estão acontecendo e por isso mudo de idéia na hora “H”, mas dessa vez foi diferente, deu tudo certo! Bom, quase tudo...

Saí do trabalho às 14:00h na sexta-feira dia 19, e fui pra Tietê pegar meu ônibus pra Itanhandú. O motorista era super lento e por isso a viagem durou 40 minutos a mais que o esperado. Cheguei em Itanhandú às 20:40h. Logo consegui pegar um ônibus por R$ 2,75 que me deixou no centro de Itamonte, de onde poderia subir a estrada até a Garganta do Registro e de lá nova estrada de pedra/ asfalto quebrado/ terra até o Abrigo Rebouças.

Quando cheguei em Itamonte até comício tinha, a cidade estava com a praça lotada, mas esse não era meu objetivo. Fui a procura de uma carona pra subir a estrada. Perguntei a vários taxistas e por incrível que pareça nenhum deles conhecia a Garganta do Registro! Que furada...

Até que depois de uns 6 ou 7 arguidos, na nova tentativa falei com um taxista chamado Zé (79 anos de idade!) que era meio surdo. Me jurou de pé junto que conhecia, mas ele não sabia o nome do camping! Por isso me deu uma carona até um restaurante onde conversando com o dono (Nelson) finalmente ouvi alguém dizer que conhecia o Alsene!

Ele deu as dicas pro velho, e ele disse que me levaria lá por R$ 30,00. Aceitei o preço combinado e fui. Depois de uns 20 minutos estávamos na Garganta do Registro que fica a 1.666 msnm, fazia um frio bom de 2°C ou 3°C mais ou menos. O velho queria me deixar ali!!! Não acreditei. Depois de muita conversa e constatar que não conseguiria uma carona pra subir os 12km de estrada ruim que faltavam, e que levaria provavelmente a noite inteira andando para superar, decidi voltar pra cidade e deixar pro dia seguinte.

Ao chegar na cidade paguei o taxista surdo e sem palavra Zé, e voltei pro restaurante/ hotel do Nelson. Contei o acontecido e ele achou uma puta sacanagem do Zé...Por isso me deu um desconto na diária do hotel (que ficou por R$ 30,00 com café incluso), e me prometeu um conhecido pra me levar cedo pro Alsene. Pousei por lá mesmo, frustrado porque minha idéia era bivacar no Alsene pra pegar o frio da serra.

Dormi por volta de meia noite. Acordei cinco da matina, tomei um banho, comi duas barras de cereais, me preparei e desci. Seis em ponto eu estava na frente do restaurante conversando com o Nelson e esperando o conhecido dele.

O taxista (Toninho Baiano) chegou em 15 minutos! Super gente fina. Disse que sempre leva gente pro Alsene e cobra R$ 70,00, e leva quantos der no carro (fusca). Me deu um pequeno desconto porque eu estava sozinho e fez por R$ 65,00. Quer subir a montanha? Fazer o que? Paga! Ele me levou até a porta do Alsene e eu paguei. Ainda me prometeu fazer a descida por R$ 60,00, bastava ligar pra ele que me pegaria no horário programado, independente de qual fosse!

Lá chegando bati um papo com um grupo que iria subir o Prateleiras com um guia que estavam aguardando. Depois de mais alguns minutos tomei meu rumo. Comecei a subir a estrada até chegar a entrada do Parque. Me registrei, paguei a taxa (R$ 12,00) e na entrada mesmo conheci um grupo de cinco montanhistas que iriam subir o Prateleiras. Quatro homens e uma mulher. Todos super gente fina, e devidamente equipados pra escalada em rocha. Subimos a estrada juntos até a porta do Abrigo Rebouças.

Lá nos separamos, eles tomaram o rumo do Prateleiras (direita) e eu o rumo do AN (esquerda), entrando no Rebouças. Lá conheci outro grupo, bem mais equipado. Esse grupo faria o Agulhas de ponta a ponta, atingindo todos os cumes do maciço. Por esse motivo não os vi mais. Seria outra trilha, outra rota mais longa. Decidi subir sozinho, novamente.

Comecei a subida exatamente 09:30h. A trilha é muito bem definida e pra minha surpresa, limpíssima! Não havia nem um papel de bala sequer. Em apenas 40 minutos cheguei na base da montanha e fiquei fascinado! Há anos que eu desejava subir essa montanha, então isso significaria um sonho realizado pra mim. Descansei por dois minutos, reabasteci a água no córrego Agulhas Negras, e comecei a escalaminhada.

Depois de cerca de 30 minutos achei que havia errado a trilha, porque ela fica bastante confusa naquele ponto, chegando as rampas. Decidi descansar um pouco, me hidratar e apreciar a vista. Me enfiei no mato, subi algumas pedras, fiz várias fotos lindas! Depois me sentei sobre uma pedra e fiquei apreciando a vista por uns bons 15 minutos!

Comecei a ouvir vozes. Logo logo vi dois homens subindo e uma criança, de cara achei um perigo a criança estar ali, mas depois me surpreendi. Se tratava do Zeca (28) e do Ricardo (50) e da Maria (6!) filha do Ricardo. Disse a eles que achava que tinha errado a trilha e por isso estava ali apreciando a vista antes de continuar. Propus de subirmos juntos e eles concordaram. Montanha acima!

Foi bom ver mais gente dessa vez, me deu uma animada extra! Subimos com vontade e fácil superamos as rampas até chegar a parte das rochas onde há um paredão de cerca de 6 ou 7 metros de altura. Zeca tinha com ele uma cadeirinha, alguns mosquetões, sapatilha e duas cordas de cerca de 20 metros cada. Foi a salvação, pois sem as cordas acho que eu não poderia atingir o cume porque não tenho nenhuma técnica de escalada em rocha, e acho que seria difícil superar a não ser que houvesse outra forma de passar daquela parede.

Subimos a parede e retomamos a subida em nova rampa. Quando essa terminou começaram as rochas, e fomos direto por elas até chegar a garganta onde primeiro vão as mochilas, e depois nós.

Maria: Me surpreendi com essa menina! Seis anos de idade e subiu a montanha como se estivesse brincando no jardim de infância! Rapelou, escalou, usou canaletas, sensacional!

Enfim, passada a garganta novamente subimos com cordas depois que o Zeca subiu. Depois disso só mais alguns metros e estávamos no cume. A vista é linda obviamente. De longe avistei a Serra Fina e nela a Pedra da Mina onde estive 2 meses antes. Fiz várias fotos é claro, mas infelizmente não assinei o livro porque o Zeca disse que não confiava na corda que tinha pra fazer a tirolesa. Por isso me limitei a parar o mais próximo que pude e fotografa-lo. Já era o suficiente, já estava bastante feliz!

Fizemos um lanche, mais algumas fotos e começamos a descida.

Rapelamos de volta ao pequeno platô (sobre a garganta), aquela apertada passagem de volta e logo já estávamos desescalando as rochas. Na descida vimos uma aranha, uma pequena cobra, e fizemos mais algumas fotos. A subida levou 3,5 horas, a descida levou 2,75 horas.

Só no final da descida que o Zeca me disse que trabalha como guia ali e na Serra Fina! Sobe o AN quase todo final de semana. Enfim, durante a descida consegui com ele e com o Ricardo uma carona até Itanhandú. Isso foi bom porque economizei a grana de R$ 60,00 que pagaria ao Toninho pra voltar a cidade.

Quando chegamos no Abrigo Rebouças, surpresa. Encontramos novamente o grupo que conheci na subida! Foi legal pois trocamos contatos para envio de fotos e descemos juntos até a entrada do parque.

De lá pegamos a Kombi e fomos embora. Cheguei na cidade às 19:15h. Me despedi do Zeca e do Ricardo e da Maria (que montanhista mirim!) e fui a um restaurante qualquer porque meu estômago gritava “comida seu idiota, mande comida!!”. Fiz uma refeição e fui até a rodoviária. Lá chegando descobri que o próximo ônibus para São Paulo sairia somente 01:00h da matina!!! Putz...Fazer o que...Bivaquei na rodoviária. Dormi de 20h a meia noite. O ônibus chegou com quinze minutos de atraso, só então pude voltar pra casa.

Enfim, sonho realizado. Mais experiência, mais amizades e mais reflexões sobre as montanhas.

Essa foi uma montanha um pouco carinha. O custo total da viagem foi de R$ 223,85.

Algumas fotos...


Eu na estrada de subida para o Alsene.



Atrás de mim: Zeca com Maria. Eu no auto-retrato e a minha esquerda o Ricardo.



Escalada final pro cume. Auto-retrato, mais acima o Ricardo.



Eu no cume do Agulhas Negras, ao fundo o Pico Prateleiras.



Eu e o cume do Pico Itatiaiaçú (cume das Agulhas Negras) a 2.792,66 msnm. O livro.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Adventure Fair 2008

Mega evento!

Esperei por semanas o evento e não poderia perder, sendo tão perto de casa.
Peguei a Lili, um ônibus e quinze minutos depois estávamos no metrô Jabaquara pra andar até a expo imigrantes. Chegamos rápido.



Gostei muito da área de exposições e da maioria dos stands. Cada estado (não todos) tinha um stand próprio repleto de informações turísticas, e pessoas sorridentes (donas de agências de aventura) dispostas a oferecer todo apoio possível, obviamente querendo promover o turismo na sua cidade/ Estado.

Achei pobre o stand da Trilhas & Rumos. Esperava mais, era pequeno, com algumas mochilas porém nada a venda. Achei que foi bobeira deles tendo um nome de peso em equipamentos de camping, trekking e montanhismo.

O melhor de tudo, nos stands da Argentina, Perú e Chile os promotores eram dos próprios países. Vieram ao Brasil promover o turismo por lá! Cheios de mapas informativos e um bocado de dificuldade para arranhar o português!
Fiquei feliz ao encontrar no stand da Argentina uma moça que promovia qual cidade? San Junin de Los Andes, morada do maravilhoso Lanin (3.776m) que pretendo subir no início do ano que vem. Melhor, além de mapas da cidade e contato de duas agências, ela me deu um cd com um vídeo da cidade que me fez babar. A vontade é de ir pra morar, tamanha a beleza do povoado.

Continuei na feira...E dei de cara com um stand bem avantajado da Território Online, e nela vários equipos da Conquista Montanhismo! Diga-se de passagem eu fui meio frustrado porque a Conquista não teria stand.
Lá, escolhi rapidamente minha calça alta montanha da marca (e que calça!) e um isolante pra Lili, ganhei um desconto bom para pagamento a vista e levei os dois! Foi melhor ainda pois conheci a dona da Conquista, que me mostrou orgulhosa foto do filho dela no catálogo da marca quando subiu o Aconcágua. Simpatia em pessoa!

Fui para a área externa. Tirando o test drive da Palio Adventure nova (aquela do comercial ridículo dos animais de pelúcia) tudo foi podre. Muito espaço ocioso, uma fila enorme pra escalar uma parede em 90° com uns 8 metros de altura, e ainda tinha que pagar R$ 10,00. Sem chance. Arvorismo: uma única passagem de uns 12 a 15 metros, um rapel de no máximo 8 metros...Fiquei decepcionado. O que não faltava era espaço ocioso.



Incrível, o test drive dos quadricíclos era uma voltinha de uns 30 metros! Fiquei pasmo visto que a parte externa tem facilmente uns 4 km².

Enfim, voltei pra casa satisfeito pois comprei minha calça. Estreio ela dia 19.
Não comento aqui o destino porque tudo que venho planejando tem dado pau...kkkkkk

Segredo! Quando voltar posto como foi...